Aloysius

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:00

☄ Havange - Página 3 Lamb%252520by%252520darkshadeness

Olhei para a figura alta, ereta, ao meu lado. Levantei-me mas nunca estaria ao seu alcance. Ajeitei a blusa, ainda envergonhado sobre tal coisa. Passeei com os dedos sobre os botões da blusa e abaixei o olhar, respondendo quase que em um sussurro.

- Admiro o presente. Que é mais certo que o futuro. Podemos partir agora. E que eu encontre uma calça no caminho...

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:02

[ ~ ] Baixou os olhos e encontrou o garoto só de blusa, uma blusa que, por sorte, chegava até metade de suas coxas. Não deixava de ser esquisito; na verdade, fazia-o parecer mais ainda uma garota. Mas impediu-se de comentar. Também já estava ciente do que ele sofria justamente por causa da aparência. [ ~ ]

[ ! ] Isso é simples. É só pegar de alguém...

[ ~ ] Já olhava em volta, à procura de alguma casa em que fosse fácil entrar. Óbviamente, não achava nenhuma. Mas poderia dar um jeito. [ ~ ]

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:03

Girei no meu próprio eixo, lento, buscando o mesmo ou algo mais que Anne. Furtar uma calça? Meus olhos pairaram sobre um barco de luz fraca. A lamparina deveria estar queimando aos seus últimos momentos. Um barco de pequeno porte, como aquele que se perdera no mundo além dos céus, mas era mais bonito. Imaginei que perigo haveria se eu... Bem, a imaginação dá a liberdade, mas quando se torna temível como um pesadelo que se sonha de olhos abertos, é dispensável! Dei meu sorrisinho mais dotado de malícia que pude, e para alguém como eu isso poderia ser inimaginável.

- É por aqui, Anne!

Eu corria sem medo para o barco. Desatei o nó da corda que prendia o barco à ponte com um canivete guardado no bolso da blusa. Escalei a pouca altura para até dentro do convés. As vozes grossas já eclodiam em berros e ameaças no boteco do porto. Eu estendi as velas e permiti ao vento e as ondas, afastarem aos poucos o barco. Desejava que Anne estivesse a me seguir, esse seria o nosso passaporte para Miskronie, através do canal onde morriam os rios que cortavam o reino.

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:05

[ ~ ] Olhou-o correr despreocupado pelo porto e logo viu o barco. Bufou, mas seguiu-o. Se ele queria fayer aquela jornada sem calças, tudo bem. [ ~ ]

[ ~ ] Alcançou-o enquanto cortava as cordas e assim teve tempo de retomar o fôlego. Depois, seguiu-o e escalou o barco, logo tomando posse do leme. Adorava ficar no leme. [ ~ ]

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:06

Deixei Anne dirigir-nos para fora dali. Aqueles homens e garotos brutos não tinham dignidade suficiente para eu dar-lhes meu último olhar de despedida. Nem mesmo minha mãe, que me desprezava tanto. Só escutava os berros se distanciando conforme o barco partia do porto de Havange. Adentrei a cabine, às pressas. Revirei os mapas e pergaminhos em busca de vestes. Uma calça larga, mas me servia. Vesti-a e fui até Anne, eu era um garoto mais tranquilo, satisfeito, e meu coração pulsava livre. Eu só pude parar ao lado de Anne e olhar para ela, sorrir de leve. Desejava que ela pudesse sentir o quão eu me sentia bem.

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:07

[ ~ ] Percebeu que Aloysius sumira, mas não virou-se para procurá-lo. Sabia, afinal, que ele estava no barco. Não deveria ser um suicida que pulou para fora apenas para ser massacrado por aquela gente. E continuou a guiar o barco pelos rios, sem saber direito para que direção deveriam ir. Pediria que o garoto pegasse quando o visse, o que aconteceu uns instantes mais tarde. [ ~ ]

[ ! ] Aloysius, eu preciso de um map- O que é isso?!

[ ~ ] Desviou o olhar do mar para ver, pasma, aquele "saco de batatas" que era a calça do garoto. [ ~ ]

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:08

O canal de rios margeava um lado da cidade e nos guiava por detrás dos rochedos que antecediam à cidade. Eu estava absorto nas águas negras que mal podíamos enxergar, mas Anne veio-me com uma pergunta inusitada. Olhei para baixo, as calças que eu havia encontrado.

- Mas que posso fazer? São as calças que consegui. - Indaguei, corando.

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:10

[ ~ ] Bufou novamente. [ ~ ]

[ ! ] Por isso quis pegar alguma roupa em terra, teríamos mais chances de conseguir algo do seu tamanho.

[ ~ ] Falava com uma voz claramente contrariada. Continuou a guiar pelo canal, ainda tendo em mente que precisava pedir ao outro que pegasse um mapa. Mas deixou uns segundos de silêncio para não mudar bruscamente de assunto.
[ ~ ]

[ ! ] Eu preciso de um mapa para chegar até a cidade, Aloysius...

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:13

Bati penitência, com um ar de graça no canto de um sublime sorriso, à "capitã" Anne. Corri para o aposento desorganizado da cabine e desenrolei pergaminhos e mapas sob a luz fraca da lamparina, forçando os meus olhos para enxergá-los. Um deles marcava o local de um tesouro amaldiçoado pelas almas sujas dos piratas do mar. Mas que tesouro seria esse, se fosse parte da mentira do mundo? Ignorei. Encontrei um mapa da costa oeste, a costa onde estava Havange e por onde estávamos cortando através do canal. Escancarei a porta que rangia e corri para até Anne. Tropecei na barra da calça, mas por pouco não caí. Estendi o mapa roído pelo tempo, mas ainda aceitável, sob minha ótica.

- Um mapa, capitã.

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:16

[ ~ ] Esperou pacientemente pelo mapa, até ouvir o som de uma porta ser escancarada e um estrondo, como o som de algo caindo no chão. Apenas revirou os olhos e ignorou. Recebeu o mapa, e demorou-se um pouco analisando-o - já que sempre se confundia com os pergaminhos -, mas logo tomou o leme novamente. [ ~ ]

[ ! ] Não acho que deva estar longe...

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:20

Eu escutei-a pacientemente. Tomei a lua como meu foco de visão, e que ela iluminasse-nos o caminho, pois na escuridão da noite salta o perigo, a distração, a indiscrição. Eu forçava meus olhos para enxergar as águas e rochas que vinham a seguir. A mata que margeava o canal se elevava em um corredor de árvores. Eu supunha que passávamos atrás do enorme rochedo cujo pé estava ocupado por Havange. Meus olhos verdes, minuciosos, passeavam por todos os lados com a tranquilidade pertencente a mim, somente. Eu gostava dos meus olhos e da forma como os meus olhares eram encantadores. Mas isso fazia de mim mais parecido com uma garota...

- Eu preferia que parássemos o barco e descansássemos. Uma travessia longa e perigosa para até Miskronie, no breu? Que estamos pensando?

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:21

[ ~ ] Continua navegando pelo canal, os olhos atentos à floresta, a qualquer movimento que representasse perigo. Ouviu o comentário do garoto e pensou sobre ele, deixando uns minutos de silêncio, depois percebendo que não queria; não queria e não estava com sono. Estava bem acordada, até. Talvez por causa da adrenalina, da aventura. [ ~ ]

[ ! ] Se você quiser dormir, durma. Eu estou bem aqui, posso continuar por mais um tempo.

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:22

Meu coração apertou. Eu não abandonaria minha amiga ao perigo. Mas o pesar das pálpebras me faziam de alguém tão inútil que eu poderia atrapalhá-la, preocupá-la mais. Abaixei os olhos, pensativo. Permitindo ao silêncio filtrar a minha escolha, essa última era sonora, como é sonoro o silêncio quando nele se passa a escutar sons imaginários.

- Seja atenta, Anne.

Me encaminhei à cabine. Atravessei um arco na parede de fundo do lugar mal-cheiroso e encontrei um pequeno quarto. Havia uma cama, um colchão lançado sobre as tábuas de madeira que rangiam aos meus passos. Deixaria a cama à Anne. Sentei-me na beira do colchão. Nada confortável. Deitei-me lá, sem buscar por lençóis ou cobertas. O frio era uma sensação falsa, de um mundo falso, onde cresci acreditando nas mentiras que me ensinavam. Fechei meus olhos.

**Administrador** Dom 22 Jan 2012, 11:23

[ ~ ] Continua navegando, atenta aos sons. Ouviu a porta se fechar e deduziu que Aloysius fora se recolher. Respirou fundo e continuou, olhando a lua, a água, as bordas. Gostava do silêncio, às vezes, embora a escuridão lhe desse um pouco de medo. Mas não tanto que não pudesse suportar, que impedisse ela de desfrutar um pouco da solidão. [ ~ ]

FIM

Trovador de Lyrienso Sex 24 Fev 2012, 17:22

Eruwin precisou usar de toda a sua força de vontade para não desmentir tudo o que o humano dizia, mas logo que se viu livre dos piratas, não conseguiu mais segurar sua irritação
— Ninfa?! Ninfa? Contagiosa? E essa foi a primeira vez que me vi com essas pernas inúteis, não tive relações com humano algum! E... — Ela parou de reclamar. Olhou para as pernas, depois para o céu. Por que as pernas ainda estavam lá? O Sol estava se pondo, mas ainda assim, deveria ser o suficiente. Talvez... Se entrasse no mar, mas não poderia fazer aquilo ali, não sabia onde estava, poderia ser capturada novamente. Respirou fundo e buscou se acalmar, logo após olhou para os lados. Todos olhavam para os dois, claro.
—Eu quero uma dessas peles falsas para mim. — Falou em tom autoritário para o humano, afinal, a culpa era unicamente dele por estar perdida ali, se tivesse ajudado-a antes sem pedir nada em troca nada disso teria acontecido. — Depois me levará para casa.

**Administrador** Sex 24 Fev 2012, 17:34

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"Com a paciência daqueles seres imaginários, os anjos, Álef escutava às suas indagações. Via-se um pouco de graça no olhar do garoto, que à ela assistia tentando conter um sorriso. Sim, ele pôde conter um sorriso, mas não se privou de um meio sorriso levado. Os olhos castanho escuros supervisionaram as figuras que por ali passavam, curiosas. Como que se fossem duas criaturas fantásticas, dois animais mitológicos capturados pelos piratas e trazidos para servirem de exibicionismo. De um lado do cais, a infinidade oceânica que tanto encantava quando refletia o dourado do sol. Do outro, os bares infestados de ratos - dos pequeninos aos enormes -, aquelas pessoas má intencionadas.

- Vem.

Álef puxou-a pelo braço e a guiou pelas ruas tortas e miseráveis de Havange. As casas de madeiras, todas irregulares em suas formas, com em média dois ou três andares, elevavam-se às margens das ruas não asfaltadas. O garoto girou uma maçaneta e adentrou a construção de três andares, de paredes de madeira velha e esburacada em certos pontos. Um hall os recebia, e no balcão uma mulher mal encarada entregava uma chave ao menino. Um jogo de escadas, um corredor, e estavam em um dos quartos de uma miserável pensão, por onde dormiam os bêbados inconsequentes. Álef trancou a porta e escancarou o guarda roupa.

- Procure um vestido... Entenda que não é adequado vestir conchas por terra..."

Trovador de Lyrienso Sex 24 Fev 2012, 17:48

Desesperou-se por um momento quando ele a puxou, desesperou-se ainda mais quando ele entrou numa construção no mínimo intimidadora, estava prestes a tentar matá-lo quando ele trancou a porta, mas acabou encantando-se quando ele abriu o guarda roupas. Procurou por um vestido e não demorou muito para achar um que gostasse. Olhou então para o humano, depois novamente para o armário. Pegou o humano e o jogou dentro do armário e fechou as portas, e ao refletir um pouco, tirou o lençol da cama e jogou em cima do armário.
— Espere aí, não é porque viu uma vez que isso signifique que tem o direito de ver sempre. —Declarou em tom superior enquanto procurava colocar o vestido. Não tivera tanta sorte nas primeiras tentativas, mesmo sendo uma peça simples, mas finalmente conseguira e então libertou o humano do armário. Logo viu um velho espelho e parou para admirar seu reflexo e arrumar os cabelos ruivos. Estava tão empolgada com o vestido que esquecera-se completamente de seu sono, mas aquele barulho inquietante em seu estômago ainda estava ali, era a primeira vez que sentia fome.
— Corpo inútil. — Suspirou enquanto prendia um sorriso, aquela pele falsa era realmente muito bonita.

**Administrador** Sex 24 Fev 2012, 17:57

"Pois bem, se contentaria em não ver. E achara um tanto engraçado o ato da sereia. No espaço apertado do móvel, fez-se esperar, aspirando a poeira com a respiração e tossindo um pouco. Vestidos e casacos raramente usados... Quando viu a luz fraca do fim do dia, liberto, pôde contemplar a figura da moça em um vestido. Cruzou os braços, sorriu levemente e encarou aos próprios pés.

- Não é inútil. É bonito... - Álef brincou e ergueu o olhar para ela. - Bem... Quer alguma coisa? Basta pedir... Mas preciso saber o seu nome."

Trovador de Lyrienso Sex 24 Fev 2012, 18:05

É, talvez fosse realmente bonito. Ouviu então a pergunta dele e o encarou por um momento.
— Gostaria de descobrir como fazer esse barulho irritante parar. E por que deveria dizer meu nome? Você não me disse o seu. — Respondeu com simplicidade e voltou a admirar seu reflexo. Realmente, aquele objeto humano era útil, mostrava sua cópia perfeita. Ergueu um dos braços e tocou o espelho, acompanhou admirada o seu reflexo fazer o mesmo. Humanos eram maus e infiéis, mas eram inteligentes, bem inteligentes. Eruwin deixou um sorriso escapar, quantas de suas irmãs já haviam vestido uma roupa daquelas? Ou visto seu reflexo de forma tão perfeita? Talvez fosse a primeira!

**Administrador** Sex 24 Fev 2012, 18:11

"Sob o deleite da diversão de assistir à uma sereia em terras humanas, Álef se distraía. Até arqueava a sobrancelha, achando-a estranha. Mas cômica. Talvez as sereias não fossem tão cruéis como nos contos dos mares. Ou talvez, Álef estivesse com alguma sorte estranha. O que Moros lhe reservara, lhe era um mistério.

- Ainda é a mesma sereia teimosa... Álef. - Disse o nome, entoando o acento e pronunciando em claro e bom som. Sim, ele tinha certa vaidade consigo mesmo. - E de que barulho está falando?"

Trovador de Lyrienso Sex 24 Fev 2012, 18:20

Então o nome do humano era Álef, certo. Facilitaria as coisas para ela. Franziu o nariz quando ele a chamou de teimosa, mas nada disse. Sabia que se discordasse ele teria mais direitos de falar que ela era teimosa. E uma pergunta que fez a sereia desviar seus olhos do espelho para encarar o humano de nome Álef.
— Não é sempre que faz barulho, mas... — Apontou para a barriga e, como se seu estômago estivesse aproveitando a deixa, queixou-se novamente do vazio que o fazia sofrer. —Esse! — Exclamou, perturbada ainda olhando fixamente para Álef, porém não por muito tempo. Já desviara o olhar, sentia-se desconfortável e a lembrança da porta trancada não ajudou em nada em relação ao seu desconforto.
— Poderia destrancar a p-porta? — Perguntou olhando timidamente para o chão, não sabia quando o humano poderia se descontrolar, ao menos se a porta estivesse destrancada poderia fugir.

**Administrador** Sex 24 Fev 2012, 18:31

"Então poderia contar, um dia, sobre uma sereia que quando humana, não sabia o que era a fome. O fantasma que assombrava os mais miseráveis dos homens perdidos no mar. Sim, Álef arregalou os olhos e assentiu em compreensão. Virou-se para o guarda roupa e apanhou uma camisa velha, bege. Preferiu não abotoá-la. Ainda sentia o abraço quente do sol que em momento algum, se escondera ao passar do dia.

- É fome. Vamos caçar o que comer...

Dizia o garoto, vasculhando os bolsos da calça e certificando-se de que havia algumas moedas de bronze, meros trocados. Escutou o desejo da moça, e soltou uma breve risada.

- Bem, você queria me devorar quando sereia! O que te faz me temer? Vamos...

Girou a chave, a maçaneta, e foi-se. Para as ruas de Havange, a procurar por uma quitanda que ainda pudesse oferecer-lhes alimento. As maçãs estavam em falta. As laranjas lhe seriam complexas. Comprou-a uma pêra.

- Morda."

Trovador de Lyrienso Sex 24 Fev 2012, 18:44

Fome? Então era esse o nome daquele barulho? Voltou a encarar o humano e franziu o cenho com a pergunta. Era uma resposta óbvia.
— Eu te devoraria, pois estava em vantagem. Agora quem está em vantagem é você, pois está em terra. De forma que poderia me devorar, já que sou eu quem está em desvantagem. — Falou sabiamente, talvez os humanos não fossem tão inteligentes quanto a sereia pensava. Sentiu-se aliviada quando Álef destrancou a porta e o seguiu, mas pouca atenção prestava nele. Agora que estava devidamente vestida, olhava para tudo e todos.
— O que é aquilo? — Perguntou enquanto apontava para um cavalo com uma das mãos e com a outra puxava Álef pela camisa. — E aquilo? E aquilo ali?— Perguntou enquanto apontava para as mais diferentes coisas presentes naquele cenário confuso e miserável, mas que para a sereia era inédito e encantador.
Olhou com desconfiança para o alimento que Álef lhe oferecia, poderia conter algum tipo de maldição ou talvez fosse venenoso. Encarou Álef por um momento, procurando pela maldade em seus olhos. Entretanto, não a encontrou e acabou por acatar a ordem. E que sabor! Não demorou muito para que a fruta tivesse desaparecido, Eruwin acreditava que nada seria tão bom quanto aquilo, apenas devorar humanos, ela pensou sentindo-se um tanto culpada por tais pensamentos.
— Outra! — Exclamou alegremente enquanto puxava a camisa de Álef para expressar a imediatez de seu desejo.

**Administrador** Sex 24 Fev 2012, 18:51

"Havia um garoto que cuidava da quitanda no período da tarde. Era um menininho sujinho que se debruçava sobre o balcão, na ponta dos pés, espiando a moça a devorar a fruta. Talvez estivesse curioso, quanto à forma como a moça apreciara uma fruta tão comum. Álef não questionou. Arrancou mais trocados do bolso, e com um olhar autoritário que transbordava a confiança, despejou-os sobre o balcão. E fora servida à ela, mais uma pera.

- Veja, estou sendo um garoto bonzinho... Por que não me diz qual o seu nome?"

Trovador de Lyrienso Sex 24 Fev 2012, 19:00

E mais uma fruta que sumira em pouco tempo, embora fosse deliciosa, já estava satisfeita. Olhou para os lados, se perguntando o que seria cada uma daquelas coisas tão diferentes e curiosas. Tornou a olhar para Álef quando este lhe fez uma nova pergunta. Balançou a cabeça negativamente enquanto sorria.
— Não há necessidade, pois sou a única sereia nessa terra de homens, mas você não é o único homem. Por isso eu deveria saber o seu nome, mas você não precisa saber o meu. — Era um pensamento simples para Eruwin e fazia com que ela duvidasse da inteligência daquele humano. Talvez os outros fossem mais inteligentes.
Mas não deveria descobrir. Tinha que voltar para casa, a sereia se lembrara com certa culpa. Se encantara demais pelo mundo dos homens, mas não pertencia ali, não era seguro. Seres humanos não eram confiáveis. Eruwin se abraçou, como se sentisse um frio repentino. O que suas irmãs pensariam?
— Quero ir para casa. — Declarou encarando o chão. Quem sabe o que poderiam fazer com ela se ficasse ali por tanto tempo? — Agora.

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