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☄ Divella

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Mensagem  Administrador Sáb 21 Jan 2012, 17:29

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:53

ATO NÚMERO 14


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Faziam curvas, os caminhos, por entre os morros que eu não via. Porque era noite, e era uma penumbra. Mas no horizonte intensificavam-se as luzes, como um carnaval de cores eu via a cidade crescer diante dos meus olhos. Eu, fascinado, levantava o queixo e ficava boquiaberto conforme a nitidez aumentava. Os carros ainda puxavam os vagões por aquela estrada de terra, levantando a poeira, um rastro que rápido se dissipava. Eu estava sentado na borda do teto de um desses vagões, com as pernas para fora, sentindo-me tão leve, tão livre, mesmo na insegurança da clandestina jornada. Um arco de metal deu-nos boas vindas. A carruagem desacelerou quando adentrou a cidade que, segundo as letras do arco, era "Divella". Eu via cores para todos os lados, tatuadas nas paredes das complexas casas, na tapeçaria que cobria as ruas de pedra, ou naquelas que uma mulher pendurava à sua janela. As cores estavam estampadas nas roupas dos transitantes, também. Tudo contrastava com as cores da trupe do circo, com a qual pegávamos carona. Mas eu via, estampado nos rostos dos nobres e das moças dos vestidos balone, o medo da extravagante carruagem que guiava os demais carros e vagões, por entre ruas largas e cheias.


Última edição por Administrador em Sex 03 Fev 2012, 19:09, editado 2 vez(es)

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:53

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[ ~ ] Estava quase dormindo ali quando fora acordada de vez com as luzes da cidade, todas aquelas cores reluzentes que nunca vira. Na verdade, até percebeu que não gostava, e sabia exatamente por que não havia gostado de quase nada que vira de diferente de sua aventura. Porque não era aquilo o que queria, e sim somente a droga dos barcos que deixara para trás, aqueles marrom-desbotados que rangiam e o azul claro do céu em contraste com o escuro do mar, algumas ondas e nuvens brancas e algumas vezes cinza-claro, que, por sua vez, contrastaria com o mais escuro do céu, de onde pequenas gotas de água transparente cairiam em tempestades. Mas enfim, ficou observando aquela paisagem diferente, principalmente as casas. Achou as casas legais. [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:54

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Não fora muito tempo, até eu perceber a ausência de automóveis nas ruas da cidade. A trupe do circo não respeitava as leis, concluí. Seria por isso, o horror nos olhos daqueles que interrompiam suas vidas para observar? Pois um circo deveria trazer alegria, não tristeza. Circo macabro, isso soava-me mais compreensível agora? Vi uma Anne no outro vagão. Ela estava bem. Percorremos ruas que faziam curvas e declinavam para uma parte baixa da cidade. Eu via ao longe, por detrás das torres e casas da cidade, os contornos de uma roda gigante que não possuía cores, nem brilho, ou funcionamento. Estreitando o olhar, vi o que seria uma montanha russa. Mas a pouca luz não me permitia ver muito o que deveria ser, um parque. O circo nos levava para lá. Conforme nos aproximávamos do parque, as ruas tornavam-se mais vazias e as cores, mais fracas. Vi uma cigana, e era uma cigana por causa de seus adornos, desolada na janela de casa. Ela viu o circo, e acanhada, bateu as janelas, se escondeu.

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:55

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[ ~ ] Apoiou o queixo nos joelhos e ficou apenas a observar as imagens virarem um borrão diante de seus olhos enquanto ela voltava a viajar em seu mundo de pensamentos, já cansada daquelas luzes enjoativas. Fechou os olhos por uns instantes e depois abriu-os, subitamente percebendo a penumbra em que estava, tão contrastante com o movimento daquela cidade de aquarelas logo atrás. Mas, afinal, gostava de ser envolvida pela escuridão. Não reclamaria, e pensaria na estranheza daquilo quando parassem. [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:56

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Mas agora eram só as luzes de um ou outro poste-lampião. Estavam espalhados nas calçadas. Essas ruas já não eram mais tão belas quanto àquelas da parte alta da cidade. Eu expressei um desconforto conforme o parque crescia diante dos meus olhos, e a frequência de casas diminuía, para dar lugar a um trecho de estrada ladrilhada, sem as tapeçarias das demais ruas. A estrada encaminhava-nos aos portões de grades douradas do parque. Grades tortas, arrebentadas, de um portão enferrujado. Quão perturbadora era a imagem de um parque abandonado, mergulhado no escuro vazio do esquecimento, ou da nostalgia daqueles que um dia viram as estrelas desse lugar, brilhando. A carruagem a frente parou diante do portão que certamente, não estava trancado, apenas encostado. Ficamos parados sob a atmosfera gélida do lugar durante uns instantes. Eu espiava na escuridão, qualquer movimento vindo da carruagem, mas pouco via-se. Escutei um som, como uma porta abrindo. Um moço de maquiagem branca, bochechas pintadas de rosa e um batom preto nos lábios, empunhava um lampião ao pé do meu vagão. Sua expressão era monótona, morta, fria. Ele apontou a luz para Anne, em seguida. Escutei-o ordenar alguma coisa, que me soou como "Desçam". Não muito satisfeito, desci pela escada posta na lateral do vagão e fiquei perante o moço. Ele se vestia como um trapezista... Quem sabe, fosse um?

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:57

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[ ~ ] Não demorou muito para que notasse o parque, e assim que notou conseguiu lembrar-se da primeira vez em que viu a casa dos Manson, aquela mesma onde vira o homem do ual não gostou quando finalmente foi posta em liberdade do maldito casebre, depois que Aloysius enviou o livro. Aliás, onde estaria ele? Sem tempo para pensar. O som do portão rangendo ao abrir-se causou-lhe arrepios e ela sabia que aquilo que sentia era idêntico ao que sentiu quando adentrou a casa dos Manson. Perguntou-se quando aquilo iria parar... [ ~ ]

[ ~ ] Viu Aloysius descendo e bufou. Não avisou novamente, o garoto. Desceu junto, se agarrando às escadas, e saltou os últimos degraus. Só então viu o homem de maquagem e sentiu seu corpo todo gelar, congelar. [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:58

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"Era um moço de uns vinte anos. Sim, um trapezista, suas vestes denunciavam. Era como se ele não houvesse outra coisa para vestir. Ou como se não retirasse a maquiagem, ou não desarrumasse o cabelo engomado. Ele tinha um lampião em mãos e apontava a luz de Aloysius para Anne, sem parar. A carruagem, os carros e os vagões estavam parados frente aos portões que esse trapezista acabara de abrir. Ele saíra de um carro cuja porta estava aberta, era o que puxava o vagão onde Aloysius estivera.

- Vão os dois para a cidade. Não entrarão nesse parque conosco. Quando o parque brilhar mais uma vez, poderão retornar e assistir ao espetáculo.

Agia como um fantoche, um boneco, alguém sem um tom próprio na voz, sem vontades, desejos, medos. Como parte de algo ou alguém. Uma mera marionete bonitinha. O trapezista não disse mais nada, ficou olhando-os com a ausência de expressão que possuía, segurando o lampião e esperando que os dois se afastassem dali."



Não contestei o homem. Porque eu compreendia agora, o que deveria ser o "circo macabro". O homem era tão sem vida quanto o garoto que tentara nos matar em Angieses, aquele guardião da mansão. Assenti, de olhos bem abertos, estagnados pelo medo, mas não era covardia minha. Era a situação inusitada que fisgava-me. Dei às costas ao parque e à trupe do circo, indo em direção às luzes coloridas de Divella que há pouco havíamos deixado.

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 11:59

☄ Divella 3

[ ~ ] Ela alternava o olhar entre o homem e Aloysius. Se algum modo, por alguma razão, lhe cresceu uma vontade de avançar sobre o cara maquiado e....... Bom, não saberia o que fazer depois, mas seria interessante ver sua reação. Ou não. Estranho. [ ~ ]

[ ~ ] Enfim, apenas deu de ombros e seguiu Aloysiys de volta para a cidade, para as luzes que cegavam seus olhos desacostumados. Ela não se sentia muito confortável ali, mas pelo menos a atmorfera era melhor, muito melhor, e percebeu que na verdade estava com vontade de ficar lá por um bom tempo antes de voltar às aventuras. Visitara muitos lugares sinistros em demasiado pouco tempo, bastava... [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 12:00

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"Mas antes que se afastassem para o inalcançável, a porta da carruagem vermelho-escura e brilhante abriu-se, lentamente. Uma perna longa coberta pelo tecido negro da calça adiantou-se para fora, seguido do corpo inteiro de um homem esguio. Um homem que tinha uma cartola posta sobre os cabelos jogados para o lado, um laço vermelho preso à camisa sobreposta a um paletó negro, e tinha os olhos misteriosos e enigmáticos de um visionário que enxerga além da crua realidade. Esse homem, Juan Ombroso, teve uma curta conversa com o trapezista. Logo, chamou os dois jovens com sua voz grave e aconchegante.

- Esperem, meus jovens! - E Juan foi para até eles, a passos longos e elegantes. - Aceitem as minhas humildes desculpas pelo descaso que aquele homem fizera de vocês... Sou Juan Ombroso. De que forma poderia eu, ajudá-los?"



Espiei pelo ombro quando escutei a voz cortar os ventos em um elevado tom, mas que não ameaçava. Parei e virei o corpo por completo, para escutar ao homem. Juan Ombroso? Me faltaram palavras para expressar a minha emoção!

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 12:01

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[ ~ ] Sim, aquilo acontecia exatamente como na casa. E quando finalmente suspirou aliviada por estar saindo de uma atmosfera tenebrosa, vem um gancho sádico e a puxa de volta para uma penumbra totalmente desconfortável. E lá estava um homem sobre o qual ela ainda não tinha opnião alguma, mas era alto e era do circo. Apenas isso conseguiu concluir. Virou-se e ficou parada a olhá-lo enquanto Aloysius, ela esperava, conduziria o barco. [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 12:03

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Selei meus lábios pois quando boquiaberto, eu parecia bobo. Levantei um pouco o queixo para poder encarar ao homem do circo, Juan Ombroso, de nome engraçado eu diria. E sua cartola contrastava com o lilás das nuvens de algodão, cortadas por uma ou outra estrela dependurada nos céus. Eu via um místico ou algo mais perante a mim. O homem que, segundo o Manson, teria as respostas sobre a origem do mundo.

- Durwart Manson. Ele disse que encontraríamos uma resposta contigo. Sobre o tal mistério da origem do mundo. Perdoe se estou sendo indelicado, mas entenda! Essa resposta que procuramos, é para descobrirmos a verdade. A real verdade sobre o mundo.

E fiquei com meus olhos a suplicar por uma resposta que acalmasse nossos anseios.



"Juan arqueou a sobrancelha, com seus lábios tomando forma de um enigmático sorriso. Lábios esses onde havia um piercing. Com um movimento lento, afundou a mão protegida por uma luva, no bolso do paletó.

- Que simplório seria de minha parte, se eu lhes contasse o que sei sem antes mostrar-lhes quem sou. - E riu, um riso contido, misterioso. - Pois entendam, que vericidade teria a palavra de um homem sobre o qual desconhecem completamente? Tome, menino. Pegue isso. Virão ao parque quando suas luzes forem acesas, e a roda gigante brilhar mais uma vez. Esse objeto será o ingresso para o espetáculo!

E retirou do bolso um colar, cujo pingente era algum amuleto de ouro na forma de uma meia lua, de pontas tortas. Deixou-o nas mãos do garoto e deu um último sorriso, afastando-se para até a carruagem."

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 12:07

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[ ~ ] Franziu o cenho, olhando o colar. Não estava desconfiada do homem. Não, estranhamente não estava. Mas também não confiava exatamente naquilo tudo, no circo e... E nada. Tinha perguntas demais, e queria tê-las respondidas. Mas o único jeito era entrando no circo quando este estava em funcionamento, então que fosse assim. Quem sabe também com luzes ficaria menos tenebroso... Mas precisava perguntar, por via das dúvidas, e o fez sussurrando. [ ~ ]

[ ! ] Nós vamos?

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 12:08

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Eu tinha o amuleto na palma da minha mão. Sua corrente era tão dourada quanto à lua que parecia cintilar tanto ou até mais que as estrelas sobre nossas cabeças. Como se o amuleto fosse feito com uma lasca daquelas estrelas. Passei o colar sobre a cabeça e coloquei-o, dando um peteleco no pingente de meia lua quando já estava no meu pescoço, abaixando a cabeça para vê-lo girar. Quando Anne sussurrou-me a pergunta, eu assenti, um pouco frenético. Talvez a ideia me excitasse, a ideia de possuir tamanha informação.

- Sim. Que opção mais teríamos? - E virei-me mais uma vez à cidade de Divella. - Passemos os dias nessa tal cidade, Anne?

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 12:09

☄ Divella 3

[ ~ ] Ela olhou para a cidade novamente. Sim, seria perfeito e desejava dormir lá, nem que fosse na rua, e nem sabia o que Aloysius tinha em mente, mas seria legal dormir lá. Sim, mudou de opnião sobre a cidade e isso foi rápido. Ela nunca seria tão boa quanto um aconchegante barco pirata, mas era melhor que a mansão dos Manson, ou aquele parque abandonado. [ ~ ]

[ ! ] Sim, me parece uma boa ideia.

FIM


Última edição por Administrador em Sex 03 Fev 2012, 19:09, editado 1 vez(es)

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:13

ATO NÚMERO 15


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Era eu na sacada do terceiro andar. Hospedado em uma pousada, de andares tortos amontoados irregularmente, mas complexamente seguros. Eu devia agradecimentos à princesa, pela quantia de moedas de ouro que nos dera. Eu tinha a calça já surrada e o sobretudo negro aberto, mas sem camisa sob ele. Da sacada do nosso quarto, podia ver a rua movimentada abaixo, coberta por uma tapeçaria verde-esmeralda, como os meus olhos, e de bordas prateadas. Nobres e ciganos, o contraste do rico com o pobre, transitando juntos, compartilhando das mesmas excentricidades de cores. Ah, como aquele povo amava a arte que a noite lhes oferecia! Eu via tudo, debruçado na sacada, a felicidade estampada nos rostos deles, indo às compras ou a um evento noturno. Não faltavam opções. Uma moça lançou um vaso contra um moço que tocava-lhe uma cantiga de amor sob sua janela, com dedos rápidos correndo sobre as cordas de um violão. Ele parou de tocar quando o vaso atingiu-lhe o peito. Eu poderia inventar uma nova classe aos desamados, seria "coração partido". Soava-me engraçado, mas trágico. Pensei sobre...


Última edição por Administrador em Sex 03 Fev 2012, 19:11, editado 1 vez(es)

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:14

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[ ~ ] Descansava na cama do quarto, virando de um lado para o outro mão querendo exatamente dormir, mas também nºao querendo ficar acordada, porque não tinha nada para fazer. Queria sair e dar uma volta, mas temia que algo interessante acontecesse. E essa frase foi horrenda. Coisas interessantes são legais, mas ela não estava a fim de nenhuma no momento. Mas também não queria afundar no tédio... Confuso. Quem sabe se saísse sozinha, poderia evitar o "extremamente interessante" e satisfazer a si mesma, porque Aloysius não iria querer evitar nada. Mas deixá-lo sozinho também não era uma boa ideia... [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:15

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Me recolhi para dentro, o quarto pequeno onde a luz das velas acesas nos candelabros das paredes, já era o suficiente. Dois quadros pendurados acima de um móvel me distraíam. Uma ponte em um, dois amantes em outro... E uma assinatura de um artista para o qual eu pouco poderia me importar. Como o desleixado que me criaram, ou que o porto criou, sentei sobre uma cômoda escura e fiquei a observar Anne, na cama. Abaixei meu olhar para o colar de meia lua que eu carregava no pescoço. Ele brilhava, cintilava, para mim... E meus olhos, eu sabia, cintilavam de volta a ele. Quando desejos estranhos, ou meramente selvagens, passavam pela minha mente e eu dava um sorriso com uma malícia que, eu talvez soubesse, não era minha. Ou esses desejos estiveram escondidos de mim? Voltei meu olhar para Anne, cessando o sorriso, mas ainda brincando com o pingente do colar nos dedos.

- E você, que se deita aí, que gostaria de fazer? Temos descanso e diversão, aqui, nessa cidade.

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:16

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[ ~ ] Pensou um pouco. Lá estava a questão. Sair ou ficar? Contar a ele? Aí já vinha uma terceira. Não gostava de muitas opcões. Grunhiu consigo mesma e praticamente pulou da cama. [ ~ ]

[ ! ] Vamos dar uma volta.

[ ~ ] Logo deu as costas e foi até a porta do quarto, abriu, saiu sem esperá-lo. Claro, esperaria. Mas queria chegar antes na rua para dar uma olhada, escolher por onde ir ou coisa assim. Não que importasse muito, porque Aloysius iria para a direção que lhe interessasse de qualquer jeito. [ ~ ]

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:17

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Fechei a porta às minhas costas quando passei, seguindo-a. Pelo corredor e escadarias da pousada. Ou salas menores com estofados e estantes recheadas de livros, para a recreação daqueles mais entediados. E quando estávamos na rua, sobre o tapete verde que a forrava, esperei pela escolha de Anne, porque era ela quem queria dar a volta. Três garotas passavam apontando a mim. Como poderia eu definir, o motivo dos seus risinhos enrustidos? Balancei o pingente mais uma vez...

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:18

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[ ~ ] Ainda estava olhando por aí quando Aloysius chegou. Achou uma estrada bem interessante, onde tinham tendas com mulheres chamando os traunsentes para algo que ela não sabia o que era, mas que certamente iria descobrir. Era uma rua com menos gente, mas nem por isso vazia. Ninguém ligava para as moças das tendas. Mas era interessante, uma atração da cidade visívelmente não muito apreciada. Queria conhecer. [ ~ ]

[ ~ ] Notou o grupo de garotas apontando para seu acompanhante e franziu o cenho, olhando-o como elas. Logo entendeu, ou achava que entendeu. [ ~ ]

[ ! ] Esconda o colar.

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:19

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Não contestei. Só olhei-a com olhos que, eu poderia dizer, não eram meus, porque eles pareciam um pouco irritados com a ordem da minha amiga. Na ausência de uma camisa, eu abotoei o sobretudo, fechando-o sobre meu tronco nu e escondendo o pingente do colar. Fiquei a observar as barracas dos panos listrados ou remendados. As mulheres cheias de adornos e algumas com turbantes, as ciganas, vendiam seus falsos artefatos, ou tentavam. Um homem tinha a cartola posta de boca para cima aos seus pés, e produzia música de uma caixinha sonora, um realejo, quando o senhor girava a manivela. Alguns depositavam moedas.

- Você que decidirá o caminho, Anne.

Falei em um tom cortês. Que Anne se divertisse um pouco, e decidisse por mim, o nosso destino.

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:30

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[ ~ ] Meneou com a cabeça e seguiu pela ruazela que antes lhe chamara atenção, sempre olhando pata trás para ver se Aloysius a seguia ou se apressava para ficar ao seu lado. Observava as tendas e pessoas sentadas no chão, os enfeites e a música. Lembrava, de algum jeito, as pessoas do mar que invadiam o porto de noite. Ninguém parecia querer interagir com elas, elas pareciam não ser ricar e querer tirar vantagem das pessoas. Mas queria ir em alguma delas mesmo assim. Mordeu os lábios e olhou o garoto. [ ~ ]

[ ! ] Quer ir em alguma?

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:31

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Acompanhando-a, em seus calcanhares, eu tive alguns segundos para pensar sobre, com o verde passeando na orbe branca dos meus olhos, um olhar que passeia pelo cenário como se pudesse ver um mural apresentando a situação atual. Não soava-me como má ideia, então assenti à Anne, mas eu fiquei curioso e perguntei, com um tom de graça.

- Quer descobrir que tem no futuro, de gente feito nós, sem destinos?

Uma pequena piada, que me arrancou uma risadinha. Olhei para as barracas, as tendas, procurando uma que houvesse uma cigana com bola de cristal, ou cartas. Esperava que Anne escolhesse uma, fosse a sua vontade.

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Mensagem  Administrador Seg 23 Jan 2012, 15:32

☄ Divella 3

[ ~ ] Achou uma moça coberta de panos até a cabeça, cujas pontas eram adornadas por alguma espécie de moeda dourata que tilintava a cada movimento. Seus dedos eram cheios de anéis, tantos que ela praticamente não conseguia tocar um no outro, e eles descansavam sobre uma espécie de bola branca, um branco brilhante que lembrava uma pérola gigante ou a lua. De sua tenda ela esticava outro braço, quase tocando com suas unhas longas os traunsentes que recuavam assustados, convidava-os a ver o que ela poderia lhes proporcionar. Aquilo era interessante. Não ao extremo, ao ponto. Apontou para ela. [ ~ ]

[ ! ] Vamos lá.

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