☄ Divella

- Destruir o mundo...

O homem balançou a cabeça e riu.

- Acho que esse mundo já está bem acabado na verdade. Aloysius e eu, queremos construir um novo caminho para esse mundo.

Olhou a mulher se arrumando, não fez nada, apenas olhou. Deu de ombros.

- Você não tem importância para mim. Pode fazer o que quiser, digo-lhe que não me importo caso você não volte. O melhor seria que nossos destinos não se cruzassem mais uma vez.

Dei um aceno positivo com a cabeça e terminei finalmente de arrumar todas as faixas e mechas. — De fato, está. — E então as novas palavras dele. Tão fácil! Dei um sorriso, de fato não voltaria. — Concordo, mas ainda irei matar seu amigo. Pode não ser agora, mas num futuro não muito distante. — Prendi o punhal numa mecha do meu cabelo, e a argola numa tira de pano. Estava pronta. — Mas talvez até te ajude, se ocorrer a infelicidade de Moros querer que a gente se encontre. Não gosto de ficar presa, então vou me lembrar disso. Adeus, espero. — Peguei a faca e parti, tomando todo o cuidado para que o outro não notasse. Ainda chegaria o dia em que eu o mataria, mas vamos pensar no presente. O presente é: Sair dali para pegar meu pagamento.

Richard vagava pelo parque de diversões abandonado em procura de Aloysius, não tinha certeza de que ele estivava lá, mas era onde existia a maior chance. Queria lhe contar sobre a vontade de ir ver com seus próprios olhos aquele mundo inacabado de qual ele falava, ir além do céu. O homem também estava curioso acerca da procura do garoto por um Ving, queria saber quais eram suas intenções.
Estava próximo do barco viking era bem capaz que Aloysius estivesse por ali. Assobiava distraidamente esperando o garoto aparecer de algum lugar.

Viu o garoto pular de cima justamente do barco Viking. Sorriu por tê-lo achado sem maiores dificuldades, não saberia onde procurar se ele não estivesse ali. Richard não teve tempo nem mesmo de cumprimentar o garoto pois o mesmo já vinha até ele e falando aceleradamente.
Viu o brilho refletido que lâmina do canivete fez e deu dois passos para trás adotando uma posição mais defensiva só relaxando quando escutou o pedido de Aloysius.

- Primeiramente uma lição bem importante, se você ainda não souber disso eu sinto lhe dizer, mas nesse mundo temos que desconfiar de tudo. Veja, ao vê-lo com a lâmina na mão eu me preparei para qualquer coisa. Não existe uma situação onde você esteja perfeitamente seguro.

Disse aquilo, e caminhou até um banco próximo.

- Garoto, eu posso te ajudar, afinal não quero que morra e não posso te salvar toda vez que você precisar. Mas escute, eu vim até aqui para lhe dizer que quero fazer uma viagem para ver com meus próprios olhos o mundo inacabado além do céu. Também preciso de sua ajuda com isso.

Richard observava a expressão de Aloysius enquanto esperava pela resposta, seguiu o olhar do garoto, mas nada encontrou. Não entendia a relutância em ir pelo mar. Com tantas embarcações piratas estariam, não seguros, mas camuflados.

-Se você realmente acredita que conseguiremos um Ving. Só quero que saiba que não seria legal se você acabasse morrendo, afinal você é meu companheiro nessa missão.

-Eu ficaria tranquilo se isso fosse somente opção sua, moleque.

Disse se levantando, segurava um punhal jogou-o para cima para pegá-lo pera lâmina, estendendo a arma ao garoto.

-Uma arma vai sempre te dar uma vantagem maior em situações de perigo. Pegue isso, mas mantenha o canivete consigo.

O punhal era muito mais efetivo que a outra arma, mas não era prudente economizar no número.

- Você deve estar totalmente seguro de suas próprias ações para que assim possa se concentrar totalmente nas alheias, até que você possa prevê-las . Confie em seus instintos mas não completamente, aja rápido, pense rápido, sempre.

Disse pensativo, acreditava que não conseguia passar exatamente o que queria, acabou notando que não pensava muito nisso.

- É difícil se preparar totalmente para isso, qualquer treinamento vai ser muito diferente da realidade.

- Eu estou desarmado, alguém nessas condições não irá começar atacando, acredite.

Dizia com um sorriso no rosto.

-Mas bem, essa pessoa não saberia que você é muito inferior, eu por outro lado sei.

Suas pernas o impulsionaram para frente, um arrancada muito rápida. Seu corpo girou junto com o seu braço quando desferiu um gancho no meio da barriga do garoto, tão rápido quanto chegou ele recuou novamente. Seu punho foi muito mais leve do que ele podia fazer, só havia sido rápido.

- Se não fosse para doer eu faria carinho, mas para sua infelicidade, esse não é meu objetivo.

E se riu. Viu o garoto pulando em sua direção, notou, na hora que a lâmina passou a poucos milímetros de seu corpo, ele também não estava brincando. Ele foi forçado, na maior parte do tempo a recuar, desviando sempre por pouco dos golpes do garoto. Algumas vezes conseguia passar por debaixo do golpe do garoto tendo-o sem guarda alguma, nessas horas apenas o empurrava para que se desequilibrasse. Daqui a pouco o garoto estaria cansado. Manter uma sequencia daquelas exigia um ótimo condicionamento físico.

Richard esteve seguindo um grupo de cavaleiros reais. Ouvindo as conversas ele conseguiu confirmar suas suspeitas, eles procuravam por Aloysius. Não havia como Richard e o garoto darem conta de todos aqueles soldados armados e com montaria. Fugir não seria nada fácil também, se corressem os cavalos iriam logo os alcançar. Mas um pouco antes de chegarem ao parque onde estava Aloysius, Richard viu uma oportunidade aparecer, um dos cavaleiros ficou mais para trás.
Quando todos os outros viraram a esquina, Richard atacou o cavaleiro que estava sozinho. Surpreendendo-o pelas costas, Richard não teve dificuldades, assassinou o alvo com uma faca, arrastando seu corpo para um beco vazio. Foi rápido na hora de botar a armadura e correu atrás do resto do grupo, quando perguntado onde estava, disse que um grupo de mendigos o parou para pedir esmola. Ninguém suspeitou de nada.
Quando chegaram até Aloy, Richard levantou seu elmo de modo que só o garoto pudesse vê-lo. Agora seria a parte mais difícil, teriam que enganar todos os guardas de algum modo.

Richard fazia o cavalo correr rápido, mesmo conhecendo bem o lugar, o garoto não poderia fugir de tantos por muito tempo. Seguia o caminho que achava que o garoto tinha feito, viu que acertou a direção quando na sua frente estava um cavaleiro com o cavalo machucado. O garoto estava dando trabalho para eles. Richard perguntou por onde Aloysius havia ido, tendo a resposta não hesitou na hora de terminar o serviço começado pelo moleque, mais um soldado que não ia se levantar de novo. Embainhou a espada, pois o sangue iria revelar sua identidade.
O homem chegara a um lugar tematizado no velho oeste, viu um soldado guardando a entrada de uma construção, uma cadeia. Ele soube que Aloy estava lá dentro, iria dar a volta pelo prédio, pois para ter uma posição melhor, porém tinha que acabar com aquele soldado também. Dessa vez não foi tão fácil, seu ataque foi denfendido, pela espada de seu oponente. Podia ganhar dele sozinho e teve sorte pois o seu inimigo não acertou o cavalo, conseguiu atirar sua espada com um chute e teve o soldado desarmado em suas mãos.

Correu para os fundos da prisão para encontrar o garoto e o soldado que o perseguia.

Encontrou Aloysius e ficou feliz por ver que ele estava bem.

-Cecille, fez realmente isso. Tem certeza disso? Depois falaremos disso, esses cavaleiros reais são prioridade. Acabei com alguns e eles não descobriram que estou infiltrado com esse disfarce, mas se me virem contigo ele de nada adiantará. Mas bem, suba logo que iremos para a roda gigante.

Cavalgaram até o brinquedo, no caminho Richard explicou que eles acreditavam ter mais aliados escondidos.